Identificando uma boa Professora

Há um tempo publiquei um tópico sobre este tema no Orkut pois fiquei muito comovida com alguns depoimentos de algumas meninas que se frustraram, se prejudicaram fisicamente ou ficaram anos com uma professora para depois descobrir que não aprenderam muito.
Visando ajudar na escolha de um profissional de dança oriental para aulas, compartilho aqui no blog este artigo com algumas dicas as quais julgo importantes para a escolha de uma boa professora.
Em minha opinião o aluno deve se ater a alguns detalhes:

1)      Nem sempre uma excelente bailarina é boa professora, ensinar é um dom que exige paciência, boa vontade e prazer de quem está ensinando em fazê-lo. É preciso ter talento para ensinar, ter didática, querer se doar. Existem bailarinas que são excelentes profissionais no palco, mas em sala de aula nem tanto, portanto avalie se sua professora sabe ensinar, pois não adianta só saber dançar bem.
2)      Repare se ela te observa, se te corrige, melhora e orienta seus movimentos. Se ela ficar fazendo o movimento na frente da turma e nem olhar para você, pode esquecê-la. Professora que fica mais dançando e se exibindo na aula do que ensinando, não dá né!! É lindo de ver, mas não é o que você quer, você quer aprender!!
3)      Repare também se ela explica e orienta no seu corpo de onde vem o movimento, como ele acontece, ou seja, se ela “destrincha” o movimento para que você possa aprendê-lo e executá-lo de forma correta, e principalmente, observe se você fica com dor (não aquela dorzinha de músculo que trabalhou), principalmente na coluna e nos joelhos.
4)      A professora deve tratar os alunos de forma respeitosa e cordial. Não incentivar picuinhas, fofocas e competições de ego, não ridicularizar o aluno e nem exigir mais do que ele possa dar naquele momento. Deve ter sensibilidade para perceber o estado físico e emocional do aluno e principalmente ser ética não só com os alunos mas também com as outras profissionais do mercado. Não é educado nem elegante professor que fica falando mal de outras escolas ou professoras, o professor pode e deve manifestar suas opiniões mas jamais desrespeitar os demais.
5)      No meu ponto de vista, uma boa aula deve conter além da técnica, dos movimentos da dança e das questões conceituais, exercícios para aquecimento, alongamento e preparação muscular. Por vezes nossa mente entendeu o movimento mas o corpo não está preparado para executá-lo por falta de flexibilidade ou até mesmo tônus muscular.
6)      Aulas tem que ter roteiro, continuidade, cronograma, tem que ter sido preparada. Aula tem que ter começo, desenvolvimento e finalização.
7)      Ninguém é detentor total do saber, as professoras não sabem tudo, tente descobrir se ela continua estudando, quais são as suas fontes e como aprendeu a dança, bem como sua dedicação não só a dança mas no aprendizado geral da cultura oriental e do corpo humano que é nosso principal instrumento de trabalho.
8)      Uma boa professora deve permitir que você a questione, e caso ela não saiba, ela deve admitir que não sabe e prometer pesquisar para você. Tem professora que ao invés de admitir que desconhece determinado assunto, inventa qualquer coisa na sala de aula, fique atenta!
9)      Verifique se ela conhece os ritmos, os instrumentos árabes, os estilos de música, e se ela ensina tais questões. Tenho alunas que fizeram aulas durante anos com outras professoras e chegaram a mim sem saber o que era um derbak, isto não pode acontecer, observe os sons das músicas que ela coloca em sala de aula e questione sobre aqueles que você não souber ou achar diferente, o aprendizado das peculiaridades e características da música árabe é de extrema importância para uma dança bem executada pois na filosofia oriental música e dança são unos.
10)   Temas como véu, deslocamentos, bengala, snujs, espada, folclores devem fazer parte do cronograma das aulas regulares, é claro que cursos e workshops devem e podem ser feitos, e são bem vindos, mas estes temas devem ser trabalhados em aulas também.
11)   Não se deixe levar apenas pela localização e preço das aulas, se você quer mesmo aprender, procure a melhor profissional para você, nem que seja o dobro do preço e o local mais longe. Lembre-se que muitas vezes o barato sai caro, já dizia o velho ditado.
12)   Defina qual estilo combina mais com você, se você gosta de uma dança mais clássica, tradicional ou mais moderna, às vezes a professora é boa mas não é o estilo que mais te agrada, neste caso, mude.
foto: Beatriz Ricco
professora Cristina Antoniadis
13)   Gostaria de dizer também que nem sempre o que é bom para sua colega será bom para você também, geralmente as professoras e escolas permitem que você assista a uma aula para conhecer o trabalho, não tenha preguiça de fazer com pelo menos 3 professoras diferentes antes de escolher.
14)   E por último, acredito que uma professora de verdade não tem medo de compartilhar informações, não as omite. Um grande mestre nunca temerá que seu aluno o supere, para aquele que nasce com o dom de ensinar, ver o seu aluno desabrochar e transcender é um prazer  e emoção imensurável.
Espero com estas dicas poder ajudar àqueles que procuram um grande mestre!!
Bjsssssssssssssss
Cristina Antoniadis

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Acreditando num Sonho

Ontem, dia 26/02/2012, tivemos as 2 primeiras aulas do “Pandora Curso Profissionalizante – Especialização em Dança Oriental”. Uma idéia que nasceu de um bate papo informal em 2008 entre mim e Soraya Smaili do ICArabe (Instituto de Cultura Árabe). Nas nossas conversas e discussões enquanto eu cuidava de suas madeixas (sim, eu já fui cabeleireira também), percebemos a necessidade de disponibilizar e promover o acesso a informações pertinentes à cultura árabe para os interessados nas danças uma vez que o número de pessoas praticando, ensinando e procurando a chamada dança do ventre e danças folclóricas árabes é cada vez mais crescente.
Lançamos um curso para o público em geral, mobilizamos professores, meios de divulgação e local, mas daí veio a decepção, não houve quórum suficiente para a realização do curso. Ficamos tristes, realmente chateados e por um momento desistimos. Mas a idéia não queria sair da minha cabeça.
Em 2009, quando resolvi que deveria dedicar minha vida profissional exclusivamente à dança, mergulhei de cabeça, e não parei mais, até que em 2010 abri minha própria escola. O retorno foi mais rápido do que eu imaginei, e então aquela idéia começou a ficar mais forte e constante em mim. Pensei e repensei, refleti, analisei o que foi que deu de errado daquela vez e o que poderia dar de errado novamente, e assim reformulei toda a estrutura e foco do curso.
Desta vez o curso seria direcionado para a profissionalização da dança, uma espécie de pós-graduação para aquelas que já fazem parte do universo das danças orientais e queiram se aprofundar ainda mais no assunto. Seria um curso longo, com carga horária extensa e grande parte teórica. Haveria também um processo de seleção e requisitos mínimos para participação. Nossa, parecia que eu estava dificultando ainda mais a realização do curso. Comentei com algumas pessoas e várias me disseram que não ia dar certo, que não havia uma preocupação por parte das bailarinas em realmente aprender os aspectos históricos e culturais da dança, que ninguém iria se comprometer num curso tão longo, que hoje em dia as pessoas preferem gastar em celular e marketing pessoal do que em aprendizado! Fiquei refletindo sobre tudo isso, mas pensei bem e resolvi tentar mais uma vez.
Acreditei no meu projeto, queria de verdade proporcionar para as pessoas um curso com conteúdo rico, com profissionais sérios e comprometidos com a cultura árabe. Um curso que realmente fizesse a diferença na vida destas pessoas, não só como bailarinas e professoras de danças orientais mas também como admiradoras da cultura árabe.
Apresentei novamente o projeto à diretoria do ICArabe, que me recebeu com braços abertos e me deram todo o apoio necessário. Fiz alguns ajustes e lancei a divulgação em outubro de 2011. Para minha surpresa, no final de novembro as vagas já haviam se esgotado e havia lista de espera.
Ontem, tivemos nosso primeiro encontro de muitos, e observar todas as alunas, durante as mais de 6 horas de duração, com olhos ávidos por conhecimento e atenção redobrada a cada palavra dos professores num domingo ensolarado (35 graus), as dúvidas mais do que pertinentes, a pontualidade e respeito a tudo e todos e o clima de satisfação e contentamento de todas me deixaram realmente realizada.
Fiquei feliz por ter acreditado no meu sonho! Pois o sonho deste curso vai além da realização das aulas, vai além da satisfação do ego. A realização deste curso representa para mim o primeiro de muitos passos, passos estes que objetivam transformar o universo limitado da dança do ventre e todos os estereótipos, preconceitos e distorções que ele carrega no universo das danças orientais, danças de uma beleza e conteúdos infinitos e que acima de tudo está inserida numa cultura milenar e riquíssima.
Agradeço a todos aqueles que tornaram este sonho possível (alunos, professores e parceiros), e espero que este seja o primeiro de muitos cursos e muitos passos!
Leia também a entrevista dada ao site do ICArabe por mim sobre o curso – clique aqui
Encontre mais informações sobre o curso na página de Cursos Especiais